Se não fosse o jornal de véspera (todas as sextas é dia do Guia da Folha, o suplemento do jornal com o roteiro dos melhores programas de entretenimento, gastronômicos e culturais do fim de semana que acontecem na cidade de São Paulo) dificilmente lembraria que no último domingo (05) era chegado o dia do Sufrágio Universal. Apesar do nome apocalíptico, não era a data marcada para o fim dos tempos, ou talvez sim. Graças à lei municipal da Cidade Limpa (mais restritiva e eficiente que a lei eleitoral federal) que prevê alguns limites à atividade publicitária no período eleitoral, ‘respirei’, ou melhor - usando um verbo mais apropiado para região, atravessei praticamente incólume os meses que antecedem o primeiro domingo de outubro de ano eleitoral. Fui livrado do flagelo típico do período: santinhos, outdoors, faixas, banners, letreiros e carros de som que tanto concorrem com os horizontes, a arquitetura de uma cidade, os sinais de trânsito, os postes de iluminação e, principalmente, o sono extended mix dos meus domingos.
Nessa nova era de campanhas para os cargos executivos e legislativos, a rebordosa eleitoral se resume ao tête-à-tête: visita de comissários, alguns e-mails auto-promocionais, ligações de telemarketing e, há quem relate, mensagens telefônicas gravadas pelo Presidente Lula.
A Folha de São Paulo me fez lembrar da minha obrigação no encerramento do primeiro turno que acompanhava com honesto interesse e o mais despreocupado compromisso, afinal só teria que, no domingo, justificar meu voto.
Mas àqueles que igual a mim distraíam-se para o domingo reservado para o exercício cívico e – dessa vez, de mim diferentes – não se interessavam pelo Guia da folha, não havia problema. No dia marcado, a cidade estava aflita, repleta de trios-elétricos, bandeiras, chuva de santinhos - em especial do candidato da situação (pai do projeto de Lei Cidade Limpa), lembrando aos eleitores do seu compromisso compulsório. Não havia como se esquivar.
E ainda que eu buscasse me enxergar num futuro de civilidade com os avanços legais, a bagunça organizada da cidade, o carnaval fora de época do colégio eleitoral, com bandeirolas, confetes de santinhos, criminosos não disfarçados e disfarçando a compra de votos, me punham de volta ao passado. Na época em que garoto acompanhava minha mãe para depositar o voto na urna e brincar com os santinhos na quadra do colégio. É... é difícil falar em mudanças.
17 comentários:
Mas, elas sao necessarias e invevitaveis.
ps. A caminho da justificativa do meu voto, fui assaltada e levaram meu celular. Fui resgata por um politico que me levou em casa, mas antes queria saber se eu ja tinha canditado!
ho ho ho
saudade!
resgatada*
sumiu caudiquê?
msn?
Quando estive em SP algumas semanas antes, recebi vários santinhos e vi gente na Paulista com bandeira. Aqui não tem essa de "cidade limpa" e os carros passando logo cedo na rua de casa tocando musiquinhas toscas: não dava pra esquecer que era tempo de eleição. Parece final de campeonato de futebol.
E como nós precisamos delas!!!
Bjos
Olá
obrigado pela gentil visita
Politica é complicado...
justifiquei me voto, aproveitei pra viajar.... abração e boa semana conterrâneo...
A palavra que define o que eu sinto pela política é nojo.
E kkkkkkkk.. meu fí, nem me fale.. to entregando nas mãos de Deus, se for pra ser, será!
ksoakspkapsoakksopasa
amém!
e essa foto de chapolin aí?
kkkkkkkkkkkkkkkkkk
gostei, gostei..
Difícil mesmo falar em mudanças...
Principalmente quando sequer vislumbramos algum início delas.
=]
um beijo!!
Sempre detestei santinhos de candidatos! Foto feia e repletos de baboseiras... todo mundo tem boa indole neles.
Beijo
hehehehe pode crer!
Onde achou meu blog?
beijão!! obrigada pelo comentário!! xD
Seu comentário me marcou,cara.Valeu muito.
Ontem andei dando uma vasculhada no blog e hoje voltei pra ler mais coisas.Tem material bom demais por aqui.
Abraço
O tempo passa o tempo voa e ... Certas coisas não mudam.
Boas colocações!
Como você escreveu "não era a data marcada para o fim dos tempos, ou talvez sim."
Salve!
Beijos
falar em mudanças é difícil , mas necessário, se não o tédio toma conta ;/
aai aaii , amei a foto do perfil ;*
ta gaato ;*
Eleiçoes, "lei cidade limpa", protesto do TRE contra compra de votos, discussos inflamados, enfadonhos...
...mizéria, calamidade, analfabetos votando! No dia da eleição 1 homem vale 1 voto, nada mais democratico, não? Bonito! Até às 17h do dia 5 todo homem tem um preço e o mesmo valor diante da justiça eleitoral.
Eleição feliz será aquela do voto consciente, aquela onde o "paternalismo politico" de Vargas nao existirá mais, aquela onde as pessoas letradas irao eleger quem sua ideologia mandar, pessoas educadas. Ops! To sonhando, e escrevendo isso aqui direto do sonho... "pera que tem uma vaca azul bebe voando"... passou!
ui, acordei!
Mas, o que foi que eu disse mesmo?
ps.: muito bom meu amigo, muito bom. te amo.
Os negocios da industria do voto ainda parece ser dos mais rentaveis nesse país...
Obrigado por intiresnuyu iformatsiyu
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