quarta-feira, 30 de abril de 2008

Queremos saber ...

Okey, vamos falar do caso Isabella Nardoni - chega uma hora que essa tarefa se faz inevitável. Desde que Caim matou Abel a opinião pública consome escândalos, crimes e toda e qualquer espécie de bafos noticiosos envolvendo, principalmente, celebridades, políticos e classe emergente média. Lembro que nas minhas pesquisas monográficas, referente à utilização de imagem de um indivíduo pela imprensa e toda qualidade de produção cultural, caiu-me às mãos um artigo do Observatório da Imprensa que historiava que no século I, na Roma Antiga, os primeiros boletins (espécies de diários oficiais) que eram afixados na portas dos tribunais tratavam exclusivamente de crimes e divórcios. Até aqui, tudo bem, justifica-se - um pouco - da onde vem esse apetite por desgraças alheias.


Oficialmente, a verdade dos fatos e o interesse público se equivalem. Com isso, a opinião pública se justifica na sua busca pela verdade. Contudo, essa avidez pela 'a verdade' da estórinha da morte da criança - que é contada e recontada dezenas de vezes por dia, milhares por semanas - justifica-se mais pela necessidade de pauta para imprensa e assunto para o público quando já não se tem mais 'paredões' para se papiar numa mesa de bar, do que um legitimo 'interesse pela verdade'. [Daí porque recorro às aspas]


O fato é que o 'público' - consumidor de notícia - foge das tapeação de notícias falsas, mas, comprovadamente, é tolerante a uma certa dose de distorções, impunidades, calamidades, corrupções, vindos dos meios de comunicação. Essa dosagem vai depender do papel que imprensa de cada país desempenha em seu território. E a imprensa brasileira, puff! quer mais é vender. Somando aí o quanto o público brasileiro adora uma novela, acaba o atrativo lhe sendo oferecido aos montes. Quanto maior a novelização, maiores os interesses pelas novidades sobre o próximo capítulo. É irreal, mas seduz e todos saem ganhando.


Conclusão: o interesse do público brasileiro é, na verdade, indiferente à verdade. Não se consomem, afinal, os verdadeiros problemas do Brasil. Preferem reverberar sobre os últimos e inéditos desdobramentos do caso Isabella. Assim, até o próximo 'prato do dia', teremos nada mais do que a carne vermelha requentada, servida no café, almoço e jantar circulando pelas nossas víceras e produzindo o que o público gosta: merda.


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Queremos saber - Gilberto Gil - 1974

Queremos saber
O que vão fazer
Com as novas invenções
Queremos notícia mais séria
Sobre a descoberta da antimatéria
E suas implicações
Na emancipação do homem
Das grandes populações
Homens pobres das cidades
Das estepes, dos sertões
Queremos saber
Quando vamos ter
Raio laser mais barato
Queremos de fato um relato
Retrato mais sério
Do mistério da luz
Luz do disco voador
Pra iluminação do homem
Tão carente e sofredor
Tão perdido na distância
Da morada do Senhor
Queremos saber
Queremos viver
Confiantes no futuro
Por isso se faz necessário
Prever qual o itinerário da ilusão
A ilusão do poder
Pois se foi permitido ao homem
Tantas coisas conhecer
É melhor que todos saibam
O que pode acontecer
Queremos saber
Queremos saber
Todos queremos saber


terça-feira, 29 de abril de 2008

100 dias...

... para os Jogos Olímpicos de Pequim.




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Luz dos Olhos - Cássia Eller - 1998

segunda-feira, 28 de abril de 2008


E alimentavam diferenças mal aceitas: Enquanto ele só queria dormir com ela toda noite, ela sonhava em poder acordar ao lado dele todas as manhãs.


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Fato Consumado - Nós 4 - 2007

sexta-feira, 25 de abril de 2008

te dou um dado:

O problema, numa conversa, de se começar pela verdade é que, depois disso, as pessoas ficam irremediavelmente sem assunto.

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Alta Noite - Marisa Monte - 1994

domingo, 20 de abril de 2008

No fundo, no fundo, me envaideci pelo gosto do sucesso. E não foi à toa. Reafirmando o que a todo tempo sabido - de que nada sei, soube sobre o que - vindo de alguns - ainda desconhecia e que só agora, neste tempo (todo) se revelou: o contágio e orgulho com o 10 na monografia, '- sabe tudo!'. E mais do que em outras, é pra essas horas que o blog torna-se de uma utilidade necessária: viabilizar o processo de comunicação, quando parece ineficiente de outra forma. Segue:

Por esta ocasião, peço que meu desconserto diante das incontáveis e imensuráveis demonstrações de entusiasmo com minha conquista não seja visto como 'um estropiado de humildade'. Não. Acanhado e desastrado é como me sinto com toda e qualquer espécie de demonstração de afeto. E vocês conseguem! De tanto carinho, ando como se com a cabeça nas nuvens e os pés sobre cascas de banana.

No agradecimento mais sincero como forma de expressar o que sinto, deveria incluir todas aquelas palavras que passaram pela minha cabeça e não me pularam da boca quando recebido os votos de parabéns. Melhor ainda se eu conseguisse imprimir na minha resposta cada expressão registrada, de forma proporcional e personalizada a cada contato.

O fato é que me faltarão talento e palavras que me coloquem à altura, mas o sentimento de gratidão e fidelidade estão em excesso.

A todos os amigos, meu sincero obrigado!



P.s.: Todo agradecimento sai assim formal, ou meu juridiquês que me impede do contrário?

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Relax, take it easy! - Mika - 2007

sexta-feira, 11 de abril de 2008

We Know You´re No Good

Nesse Candy Shop do fantástico mondo da POP music é difícil saber, dentre tantas opções, qual delas é a jujuba mais gostosa: Rihaninha ou Fergie? Beyoncé ou Shakira? ou para lá do Reino Unido, qual das Lolipops britânicas leva o status da voz mais doce: Corinne, Lily Alien...? Não longe da disputa, a tiazinha Madonna também pega 'pesado' com seu novíssimo e enjoativo 'Hard candy'.

Mas no meio de tanta guloseima wannabe sweet, dois fenômenos de venda e mídia conseguem se destacar por Azedarem, de forma contrariamente propocional, todo o mel da outras 'última bolacha do pacote': Nonô e Awy Winehouse. Que só são o que são em razão do que não são. (Se é que me entendem).


Ridicularizando a ditadura beleza, subvertendo o papel da boa moça, achincalhando fãns e 'dando' de comida comer pra paparazzis, entre surras, despenteios, fichas corridas, overdoses, rehabs e capitulares aparições troçando de si mesmas, Bitch e Amy - fazendo-se justiça ou não - mostram o quanto elas são um fenômeno mais que necessário.


E não adianta procurar explicação. Quanto mais fudidas ferradas, melhor pra nós. Todas as aberrações que elas protagonizarem será revisto. E visto dinovo!


A volta por cima de Britney era coisa óbvia demais. Todo seu reconhecimento deve-se a inimaginável atenção provocada pela sua volta por baixo. E não acredito que com Amy a coisa possa ser diferente. Não me atreveria a imaginar o seu retorno, porque provavelmente vai mais longe do que o meu delírio mais insano pode imaginar. Eu só rezo pra que não seja num caixão.


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Tears dry on their own - Amy Winehouse - 2007



quarta-feira, 9 de abril de 2008

Home Alone

Sozinho em casa. Meu irmão vai passar o final de semana fora, ótimo! Pensei.
Acho que depois de duas semanas de apuros com a monografia, sem tempo sequer para conferir no relógio a falta de horas nos meus dias, achei que teria um final de semana inesquecível - mesmo perdendo de aproveitar um convite para um final de semana em Pipa, tudo bem.

Tracei um plano, programei o tempo e estipulei as coordenadas. Dois dias com uma programação mais rentável do que horário nobre de canal de venda de tapete árabe. Sabia exatamente quando acordar, quanto tempo gastar no banheiro, o cardápio do café, as horas de praia. Também somei o número de horas necessárias para vencer um conteúdo de 300 páginas para uma prova de Direito Municipal da semana que viria e ir atrás de uma fantasia de Chapolin Colorado pra festa da aula-da-saudade. Sigam-me os bons!

Fiquei surpreso que, de acordo com meu planos, ainda me sobraria muito, muito tempo livre para - quem sabe - executar os meus outros 101 Guiltiest Guilty Pleasures. [que dia desses ainda rola uma listinha, hehe]

Mas, não contavam com minha 'falta de' astúcia! Contrariando toda a produtividade do meu metódico final de semana, a beleza da vida, a malandragem do destino ou a sacanagem da Lei de Murphy, me trouxe 39º de febre. Kombo completo: três dias de cama, mais um de internação.


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Magrelinha - Luíz Melodia - 1972