quinta-feira, 31 de julho de 2008

A bossa velha

Nesses dias de comemoração de cinquenta anos de banquinho e violão, ainda que a umidade do ar não facilite o exercício, respirar bossa nova vinte e quatro horas por dia não é difícil. A celebração popular das bodas de ouro do brazilian jazz é, digamos, a oportunidade que temos de assumir – publicamente - a predileção por um estilo musical que comumente deixamos para entoar baixinho em madrugadas de romantismo e vaga melancolia. Ou para encorpar mensagens de texto endereçadas para a pessoa amada (né?). Pois é.


Além de toda a história que eu pude compartilhar um pouco no post anterior, uma frase teimou em minha mente uma semana inteira depois que fui na tal exposição. Dizia-se em algum dos curtas a que assisti que “Vinícius [de Moraes] foi o único poeta que viveu como poeta”. Achei bonito. Bonito e bem razoável (Tem imagem mais canastrona de poeta boêmio que a de Vinícius com whisky na mão cantando bossa pra gringo ver? Não.) E ao passo que me vinha à mente essa máxima, era automaticamente remetido aos idos de 2002 (idos mesmo, pra soar beeeem direto do túnel do tempo). Data do último ano do colegial. ‘Terceirão’.

Foi nesse ano, pela primeira vez de muitas, que experimentei a sensação de sentir-me um velho num corpo de garoto. E não foi porque em novembro daquele ano completava dezoito anos. Não. Isso seria até patético de tão banal. Me reconhecia fora de tempo pois naquele ano em que os pré-adolecentes ouviam funk, axé e – provavelmente – muito forró, de encontro com alguns 5 ou 6 amigos(as) com afinidade em comum – e comumentente pré-vestibulandos – ouvíamos Vinícius, bebíamos whisky, não resistindo à boêmia que nos deixava aptos - mas nem tanto firmes - para tomar banho de mar embreagados no nascer do sol, sempre entoando os sonetos do poeta do amor. Também fomos poetas e vivemos como poetas.




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Samba da Benção - Vinícius de Moraes - 1962

10 comentários:

Anônimo disse...

donde estás? ainda vives, peste!
saudações!
=)

abs!

Anônimo disse...

o anônimo acima sou eu, rêmulo!
=)

Anônimo disse...

dia 8, sexta feira no bar mais próximo! tá intimado! ;D :********

Renata disse...

É menino, o pai do André é Daniel! Sabe que a gente costuma dizer que foi ele que escolheu o nome dele. Nós tinhamos um nome escolhido (Caio) e aí em um final de semana qq, eu mudei de idéia e disse: "não vai ser mais Caio, vai ser André". Depois descobri que nesse final de semana eu já estava grávida e ainda não sabia!! Afe!!! Muita coincidência!!!
Tenho vindo pouco aqui por falta de tempo e muito sono, mas logo volto a frequência habitual...rs!
beijos, querido

Anônimo disse...

Valeu a visita. Tbm gostei de teu blog.
Ah, Letras brancas como antes.
Fique bem!

Ana Fontes disse...

Sumi não!
Só num tô numa fase emocionalmente muito boa... Mas passa!
Tô sempre por aqui...
Dá uma olhada nesse site:
http://www.personare.com.br/
Depois você me conta! Rs!
Beijos e um lindo final de semana pra você

Séfora disse...

Sumi mesmo, ando sem tempo, o que deveras me angustia.
E que revolução foi essa? ta tudo mudado.
hehehee

Pedro Favaro disse...

Pois é... a boemia da vida de um poeta, daquela coisa meio "carrego ouro na cabeça então me deixe andar descalço"...é tentadora.
Era a vida que eu teria para mim se tivesse coragem suficiente. Ou desapego.
Enfim...
Vinícius Rules!

Ana Fontes disse...

Nossa, outra layou, novamente! Totalmente "Chapolim Colorado"! Rs!
Viu?! Já passei por aqui de novo!
Beijos

Anônimo disse...

Vivemos intensamente mesmo e sem reservas... verdadeiros poetas boêmios, curtindo o simples fato de estar junto de quem se gosta :)
Foi bom demais...