Para todos que se dispuserem parar e pensar sobre essa pequena citação, peço encarecidamente aos que não conhecem, que dêem um espiadinha no vídeo. Vale a pena!
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Bom dia!
Um eufórico, arrebatado pelo entusiasmo que pequenos sinais de que tudo ficaria bem lhe provocava. Euforia nervosa, diria. Manifestada em ataques de simpatia e carinho, que, com o tempo e experiência, ele aprenderia controlar de uma forma branda, como se fingisse uma ternura alegre para não parecer boçal. Já que, dizem, tem esse disfarce. Já que, diz, não tem o coração quente.
A Ana nos contava em seu blog da maravilha que é poder colecionar amigos, ainda que virtuais, dos mais distantes e impensáveis locais do Brasil. Falava que com um singelo comentário invadíamos um pouco da realidade alheia, saboreando um pouco dos causos em que esses amigos se envolviam diariamente. Disse que através deste meio (o Blog) ela e outros ficariam conhecendo os fatos engraçados que aconteciam aqui, em João Pessoa, contados por Heber (eu).
Esse comentário dela me chamou à realidade (saco!). Realmente, tem muita coisa engraçada que acontece aqui em João Pessoa e, sendo mais abrangente, na Paraíba, que eu ainda não compartilhei, mas deveria!, com a Ana e com outros embrionários amigos virtuais que começo cultivar aqui no meu espaço.
Por exemplo, a Assembléia Legislativa de João Pessoa tenta aprovar a instalação do TCM, quer dizer: Tribunal de Contas Municipal, um Tribunal que seria competente para julgar as contas dos Municípios da Paraíba. Mas, não existem Tribunais de Contas Municipais. Esse é um típico órgão estadual. Querem a formação de um órgão que só existe em 3 Estados atualmente – Bahia, Ceará e Pará. O Estado de Goiás seria o quarto da lista, mas em razão da total ineficiência do Instituto, foi extinguido. É um cabide de empregos que vai custar cerca de 30 milhões de reais para os cofres públicos de um dos Estados mais pobres do País. E isso é uma coisa engraçada da minha terra que a Ana e outros talvez não saibam.
Mas tem muito mais coisa divertida vinda daqui. Outra piada, por exemplo, é um empréstimo realizado pelo Senhor Governador do Estado da Paraíba no valor de 100 milhões de dólares. Governador este que teve seu mandato cassado e a perda dos direitos políticos pelo TRE local e que hoje protela sua saída com recursos e mais recursos. Aproveitando o tempo que lhe resta, vai limpando os cofres públicos e adquirindo vultosos empréstimos. Isso é ou não é motivo de boas chacotas e piada?
Ana, espero que eu tenha partilhado, com você e todos, mais algumas informações hilárias da terra de onde ‘falo’.
Beijão.
Ontem à noite a conversa parou num assunto: tribos urbanas. As pessoas, em especial os adolescentes, adoram se amparar por elementos que lhes traduzam emocionalmente ou culturalmente. “Você pode ser gótico, ser punk ou skinhead”, pode tudo! Você, caro leitor, concerteza, assim como eu, deve conhecer algum bom exemplar de Patricinha, de Clubber, de nerd; ou alguma figura exótica emo, hip-hopper, surfista, skatista, batista. O que não falta são istas e tipos.
Essa idéia de tribos mostra o quanto a dinâmica social é engraçada: grandes consquistas históricas proporcionaram o reconhecimento e a elevação da figura do indivíduo ante a sociedade. Depois, o individualismo tomou proporções tão assustadoras, fazendo com que o ser humano – insatisfeito com esse isolamento – procurasse em outras pessoas, também descontentes, a afinidade necessária para poder desenvolver-se socialmente. Isto é, bruzudangas!
O fato é que fazer parte de uma tribo implica, necessariamente, seguir a risca um certo código de conduta e incorporar certos elementos estéticos: vocabulário, gosto musical, meia dúzia de frases feitas, algumas peças básicas no guarda-roupa e assim vai...
Isso tudo visto da perspectiva dum intervaldo para lanche da oitava série é uma coisa fenomenal. Agora, o lado ruim, pra variar, tá para quando o tema desenvolve-se no mundo de cá, do maiores de 20 e poucos. A coisa funciona diferente. A tribalização dos 'adultos' é muito mais perversa, porque geralmente enquanto os 'boys' [do paraibês: jovens, classe que compreende os gêneros 'os' boyzinhos e 'as' boyzinhas] tomam total partido da sua condição, os adultos, dificilmente, aceitam ou se auto-definem numa 'linha'.
Tudo bem, você vai me dizer que a beleza está justamente em todo dia poder ser o que lhe calhar. Realmente, não conheço discurso mais justo e irrepreensível do que este da liberdade
emodemocrática [Desculpa, mas sou estudante de direito, sabe como é]. De fato, enquadrar-se é se auto-generalizar, o que limita a visão que as pessoas podem ter de você, indivíduo de carga única. Mas sem querer parecer incoerente, o que me encuca não é isso. Perversidade, que eu digo, é a atitude de homens e mulheres – a priori, bem resolvidos, de segregar, ter preconceito e serem completamente intolerantes com a diferença de outras tribos.
Tome como exemplo, as figurinhas pseudointelectuais. Tomar pra si a pencha de Cult, nenhum deles admite [ho ho ho], mas abrir mão da atitude blasé, isso jamaaais! Vai perguntar prum intelectual, o que ele achou da última eliminação do Big Brother, ou da última super-produção cinematográfica americana, pra ver se ele te responde. Pseudo não gosta de não-cults, direita não gosta de esquerda, cristãos e mulçumanos, heteros e sui generis, essas tribos de gente grande.
Por isso que vida boa é 'dos boy'. Onde emo é emomermo!; Patty é patty, e gosta mooooointo; nerd é nerd, e todo mundo brincando de índio.